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  • Foto do escritorJornal Agrupamento de escolas Dr. Flávio Gonçalves

PRESIDENTE DO CONSELHO GERAL EM ENTREVISTA AO FGNOTÍCIAS

Atualizado: 22 de mar. de 2022

O Jornal Online FGNotícias irá dar continuidade ao ciclo de entrevistas, realizadas por alunos da escola, a representantes dos vários órgãos do Agrupamento no sentido de divulgar as respetivas personalidades, competências e atribuições.

Depois da Grande Entrevista realizada à nova Diretora, Professora Luísa Gomes, vamos agora dar a conhecer a todos os nossos leitores o Conselho Geral, liderado pela Professora Margarida Almeida Silva, que há muitos anos leciona na Escola EB 23 Dr. Flávio Gonçalves.

Repórter Margarida: Bom dia, Professora Margarida.

Antes de mais, o nosso agradecimento pela disponibilidade em conceder-nos esta entrevista. Esperamos, desta forma, ficar e dar a conhecer a toda a comunidade educativa como se estrutura o Conselho Geral.

Numa primeira abordagem diga-nos: o que é o Conselho Geral?

Presidente do Conselho Geral: O Conselho Geral é o órgão de direção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade do Agrupamento, assegurando a participação e representação da comunidade educativa, nos termos e para os efeitos do n.º4 do artigo 48.º da lei de Bases do Sistema Educativo.

Em linguagem corrente, o CG é órgão máximo de direção num agrupamento onde estão representados todos os grupos que compõem a comunidade educativa.

Repórter Ana: Das atribuições que tem, há alguma que seja mais importante?

Presidente do Conselho Geral: Penso que a mais importante é assegurar que a opinião de cada membro seja realmente ouvida, sem haver distinção de representatividade. No CG todos têm a mesma importância, independentemente do grupo que representam.

Repórter Margarida: Há quantos anos exerce o cargo de Presidente do Conselho Geral?

Presidente do Conselho Geral: Há treze anos.


Repórter Ana: Com essa vasta experiência, é agora mais fácil exercer esse cargo?

Presidente do Conselho Geral: Não posso dizer que fazer este trabalho no CG seja uma tarefa difícil, pelo menos no nosso Agrupamento.

Os conselheiros foram e são interventivos, mas sempre numa lógica de contribuir para o bem comum do Agrupamento. Considero, no entanto, que a experiência me deu a capacidade de saber melhor quando devo intervir na minha qualidade de presidente.

Repórter Margarida: Já foi referido que o Conselho Geral é quem aprova os documentos estruturantes do Agrupamento: Projeto Educativo, Regulamento Interno, Plano Anual de Atividades... Como acompanha e avalia a sua implementação?

Presidente do Conselho Geral: Todos estes documentos são previamente enviados aos conselheiros para que os analisem e sugiram as alterações que entendam necessárias. Posteriormente, em reunião do CG, são debatidos e aprovados. Esta aprovação pode implicar alterações ou não, conforme o entendimento dos conselheiros. Nas reuniões ordinárias do CG é apreciada a implementação dos mesmos e, se surgirem dúvidas, o CG pede informação à diretora. A partir destas informações o CG poderá dirigir recomendações sobre essa implementação.

Repórter Ana: No Conselho Geral têm assento, para além dos docentes, dos representantes dos alunos, dos representantes dos funcionários e dos encarregados de educação, elementos da comunidade educativa, como a Câmara Municipal por exemplo. Considera efetivamente enriquecedora esta constituição do Conselho a que preside?

Presidente do Conselho Geral: O Conselho Geral não tem representante de alunos por só termos ensino básico e tem a seguinte composição: sete representantes do pessoal docente; dois representantes do pessoal não docente; seis representantes dos pais e encarregados de educação; três representantes do município; um representante da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Póvoa de Varzim; um representante da Escola Prática de Serviços do Exército; um representante do Clube Desportivo da Póvoa.

Os representantes da CPCJ, EPS do Exército e CDP, foram escolhidos pelos outros membros do CG.

Além de enriquecedora, considero fundamental esta diversidade. Aqui estão representados todos os interessados na escola.

Quando me refiro a escola refiro-me, naturalmente, às várias escolas e aos vários ciclos de ensino do Agrupamento. Não consigo pensar a estrutura escolar sem o conhecimento dos diversos olhares sobre ela. Enquanto professora, nem sempre sei exatamente o que pensa um EE ou a autarquia sobre este ou aquele assunto ligado à educação.

Uma das coisas mais interessantes que tenho vivenciado é o olhar das estruturas da comunidade local. Conseguem analisar as questões de ângulos muito diferentes dos olhares dos que estão dentro da comunidade educativa, como os docentes e não docentes, e isso é absolutamente fundamental para que tenhamos um Agrupamento de sucesso.

Este sucesso, segundo o meu ponto de vista, não tem só a ver com resultados académicos. Uma escola que pensa só na excelência académica não é de maneira nenhuma uma escola onde eu gostaria de ter os meus filhos.

A formação académica é essencial, mas se não formamos cidadãos por inteiro, falhamos redondamente na nossa missão. Contudo, tenho de aceitar que isto é cada vez mais difícil.

Repórter Margarida: De que forma tem este órgão promovido o relacionamento com a comunidade educativa?

Presidente do Conselho Geral: É realmente um trabalho silencioso e discreto o que o CG faz.

O CG é um órgão de suporte para toda a vida da comunidade educativa, mesmo que isso não seja visível.

Para isso e de acordo com a lei, temos sempre nas reuniões a Diretora do Agrupamento mesmo sem fazer parte deste órgão. Isto permite acertar agulhas nos aspetos executivos da direção.


Repórter Ana: É o Conselho Geral que define os critérios para a participação da Escola em atividades pedagógicas, científicas, culturais e desportivas. Como tem visto esta participação em tempo de pandemia, de restrições, de plataformas digitais e numa realidade diferente?

Presidente do Conselho Geral: O CG apoia todas as atividades propostas pelos diversos departamentos e tenta sempre ajudar a encontrar soluções para os problemas. Por exemplo: as Associações de EE, doaram câmaras para se poderem realizar aulas à distância, uma vez que os computadores das escolas não as têm.

Também as reuniões deste órgão foram realizadas à distância em tempo de pandemia.

Globalmente acho que o nosso Agrupamento correspondeu às espectativas em tempo de confinamento.

No contexto atual, não temos nas salas os equipamentos necessários para se realizarem aulas mistas quando alguns alunos estão em isolamento, mas há um esforço generalizado para colmatar estas falhas.


Repórter Margarida: Para a Professora Margarida, o que é uma boa escola? Como define a Escola Dr. Flávio Gonçalves?

Presidente do Conselho Geral: Sempre que me perguntam isso lembro-me das palavras de Sophia de Mello Breyner:


Esta é a madrugada que eu esperava.

O dia inicial, inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo



A escola que eu quero é uma escola que lembre madrugadas e dias claros e limpos, porque o trabalho far-nos-á emergir da noite, da falta de conhecimento, e permitirá que nunca façamos silêncio sobre as injustiças, usando bem a nossa liberdade, para a construção do bem comum do tempo que habitamos.

Posso parecer utópica, mas aprendi que através do nosso trabalho e empenhamento conseguimos sempre construir algo de bom.

Acho que aqui na Flávio sempre tivemos muito clara esta ideia de trabalhar para conseguir alcançar os objetivos sem deixar para trás ninguém. Claro que, nestes quase 40 anos em que sou cá professora, muita coisa mudou, tanto para bem como para mal, mas a honestidade, o trabalho e a procura do bem comum penso que continuam a ser o BI do nosso Agrupamento.

Repórter Margarida: Quais seriam as três medidas que, na sua opinião, poderiam melhorar a vida da escola e torná-la mais apelativa?

Presidente do Conselho Geral: Pergunta difícil!

Rodeando a vossa questão de três medidas, acho que vou usar o que disse no discurso de tomada de posse da nossa Diretora, em 14 de janeiro de 2021, e que expressa bem a minha opinião sobre o que pode melhorar no nosso Agrupamento.

“É fundamental que a escola se reveja numa visão holística da formação integral dos indivíduos.

O nosso Agrupamento tem uma longa história de sucessos que sempre assentou sobre pilares bem seguros: cultura de trabalho, cultura de respeito pelo outro e cultura de liberdade de expressão.

Não queremos uma escola em que se faça unicamente porque é costume. Queremos uma escola onde se discutam ideias até à exaustão para melhorar as práticas.

Não queremos uma escola onde não se valorize o esforço. Queremos uma escola onde o trabalho de alunos, docentes e não docentes seja o único meio credível para obter resultados.

Não queremos uma escola que privilegie unicamente o sucesso académico. Queremos uma escola que forme cidadãos de corpo inteiro e homens e mulheres de princípios.

Não queremos uma escola desfasada da comunidade. Queremos uma escola que os encarregados de educação e a comunidade sintam também como sua.”


Repórter Ana: Muito obrigada!

Presidente do Conselho Geral: Muito obrigada minhas queridas por me terem dado a palavra no FGNotícias.


Repórteres - Ana Santos e Margarida Cunha 8º E

Fotografia - Margarida Moreira 8º E


Áudio da entrevista



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